HIIT e SIT - Desmistificando os treinos intervalados
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HIIT e SIT - Desmistificando os treinos intervalados




Como todos estão cansados de saber, a medicina atualmente se encontra no paradigma de que para se melhorar a saúde (inclusive perder peso) é necessário fechar a boca, consumir menos calorias e aumentar a atividade física. Já mostrei em alguns lugares aqui no blog que isto não tem base científica e tal recomendação se baseia APENAS em argumentos de autoridade (o que também é defendido por Mark Sisson e os doutores Gary Taubes, David Perlmuter, Tim Noakes e o brasileiríssimo Souto) !

Quanto à atividade física, é unânime na área de saúde que eles fazem bem e devem ser praticados por todos ! Atualmente a medicina indica os famosos CT ou CAT, que são os treinos contínuos; que também serão abordados neste post como referência.

O que apresento abaixo é um apanhado do que li durante as últimas 16 semanas, em cerca de 56 artigos. Certamente este farto material resultará em dezenas de posts mas não posso mais postergar as descobertas que acumulei neste período !
Assim que eu tiver o tempo necessário para analisar as questões que os estudos vem apresentando e escrever, sai aqui em primeira mão !

Primeiramente vamos às definições:

Já postei há algum tempo sobre os exercícios HIIT, e muitos jovens, homens e mulheres aderiram; leia sobre o Treino intervalado de alta intensidade (HIIT).

SIT é um termo relativamente novo e vem sendo utilizado no meio científico para diferenciar o esforço nos treinos intervalados de alta intensidade; atualmente existem diversos protocolos HIIT, sendo os mais famos o Tabata e o Wingate. A maioria dos protocolos pode ser encontrada na página HIIT Protocols (infelizmente em inglês).

Mas a questão hoje não é abordar que protocolo utilizar, mas sim o que este tipo de exercício pode fazer por cada um de nós, pessoas comuns, homens, mulheres, jovens, adultos e entrando na terceira idade, muitas vezes sedentárias, acima do peso, até mesmo apresentando alguma doença crônica como diabetes ou doenças do sistema cardiovascular, como a hipertensão.
Esta modalidade de exercício vem sendo utilizado pelos atletas de primeiro nível há mais de 40 anos, e tem se mostrado extremamente eficiente na melhoria da performance em atletas dos mais variados esportes (referências novamente no post: Treino intervalado de alta intensidade (HIIT)).

Mas o que este treinamento realizado por atletas de elite pode fazer por você ?
MUITA SAÚDE !

Explicando...


Abaixo faço uma comparação sobre as características de cada uma das modalidades de treino que serão abordados aqui; eles se classificam pelo esforço exigido pelo corpo, que é sintetizado pelo indicador de utilização do Volume Máximo de Oxigêncio (VO2Max) por uma pessoa/atleta. Você pode ler mais neste site em português que entendo resumir objetivamente o indicador: O que é VO2MAX ?

Em relação ao VO2MAX, os exercícios são classificados de acordo com a utilização deste indicador em termos percentuais, como mostrado abaixo:

Mas se você não é especialista em fisiologia ou medicina do desporto isto pouco te diz respeito não é mesmo ? Afinal não vamos comprar um baita aparelho, esteira e um aparato todo só para testar estas coisas. Então falemos de percepção de esforço, que em ciência recebe o nome de Percepção Subjetiva do Esforço, ou apenas PSE e se baseia na escala proposta em 1974 por Borg & Noble, que também é conhecida como Escala de Borg. Leia mais na página: Monitorando a Intensidade do Exercício.

Calma, não quero te convidar a se aprofundar demais no assunto não, mas é importante definir aqui os termos caso alguém deseje se aprofundar na questão; problema resolvido, então voltemos pra nossa análise.

Agora de mão de uma escala que é relativa, afinal o esforço é relativo e completamente individual, percebemos que ela "revela" com certa licença poética nossa VO2Max, afinal cada indivíduo é capaz de caracterizar a intensidade de um esforço de acordo com sua percepção pessoal. Com base apenas nisso, podemos redefinir os 3 tipos de exercícios em relação à escala de Borg, sem a necessidade de equipamentos caros:

Como podemos ver, HIIT e SIT se sobresaem dos treinos que encontramos nas ruas e academias por trabalhar com velocidades consideradas superiores e requisitar maior explosão muscular. HIIT é observado em alguns treinamentos inovadores nas academia como Spinning, Insanity etc. Já o sprint é literalmente aquele tiro que é realizado nos 100 mts raso olímpico; nem atletas profissionais conseguem manter 30'' naquela explosão muscular.

Até poucos anos atrás HIIT e SIT eram apenas utilizados por atletas de primeiro nível, mas isto mudou através das notáveis melhorias na capacidade física daqueles que começaram a utilizar o treino intervalado. Logo os especialistas em desporto começaram a testar os protocolos de forma científica e suas descobertas foram ASSOMBROSAS. Parece até jogada de marketing, mas realmente o que se descobriu sobre os efeitos destes exercícios na fisiologia humana não encontrava base teórica científica anterior, e isto fez com que novos estudos e propostas fossem postuladas.

É virtualmente impossível eu falar sobre cada descoberta ! Como disse anteriormente li mais de 50 artigos e existem quase outros mil treinos intervalados de alta intensidade no PUBMED. Neste post vou apresentar apenas algumas considerações mas me comprometo a analisar mais metodicamente algumas destas descobertas, principalmente sobre os ganhos metabólicos que esta prática produz em nossa fisiologia e nos seus efeitos diretos em algumas doenças crônicas como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e muitas outras.

Agora vamos definir o que é um treino intervalado: é uma fragmentação do esforço, dividido em períodos de estímulo e períodos de descanso. Lembre-se que no treino contínuo este esforço é feito de forma regular, ou seja, de forma contínua.

Tanto o HIIT quanto o SIT se baseiam no treino intervalado, que nada mais é do que VARIAR a intensidade do treino, alternando momentos de estímulo com momentos de descanso (e o descanso pode ser ativo ou passivo). A este ciclo de alternância estímulo e descanso denominamos ciclo.

Existem diversos protocolos de treinos intervalados mas todos eles se baseiam em apenas 5 variáveis:
  1. Número de ciclos
  2. Esforço no estímulo
  3. Duração do estímulo
  4. Esforço no descanso
  5. Duração do descanso

Agora definimos cada um deles:

Uma tabela sempre é melhor para mostrar dados não é mesmo ? Então segue uma tabela que tenta resumir as variações permitidas nos protocolos dos treinos intervalados.

ExercícioNúmero de CiclosEsforço no EstímuloDuração do EstímuloEsforço no DescansoDuração do descanso
HIIT4 a 1280% a 90% VO2Max30'' a 2'Ativo ou passivo1:4, 1:3, 1:2, 1:1 e 2:1
SIT4 a 12> 95% VO2Max15'' a 30''Somente passivo1:2, 1:1 e 2:1

Vários estudos (podem ser encontrados abaixo em referências) já comprovaram sua eficácia para:

Pelo que percebi já existem alguns estudos abordando esta prática em pessoas acima de 60 anos mas eu não mergulhei nesta questão ainda !

Futuramente estarei apresentando com mais detalhes os ganhos metabólicos, e seus efeitos em diversas condições crônicas/inflamatórias, da prática destes exercícios. Abaixo listo alguns já comprovados cientificamente (vejam as fontes na seção referências logo abaixo):


Conclusão

Os treinos intervalados se mostram muito eficientes como ferramenta para se obter vantagens que não são alcançadas com outras práticas físicas como o treinamento contínuo. E mesmo nas vantagens que podem ser alcançadas com treinamento contínuo, o fazem com menos comprometimento do tempo e ausência de lesões por esforço contínuo.
Um protocolo de treinamento que inclua exercícios intervalados se mostra uma poderosa ferramenta no combate às doenças crônicas/modernas/inflamatórias além de oferecer as melhores vantagens no menor tempo possível sem exigir aptidão física prévia de seus praticantes.


Faço treino intervalado há exatos 9 meses, e conforme lia artigos, fui alterando meu protocolo até chegar no modelo abaixo:
Dia da semanaExercícioCiclosEstímuloDescansoTempo totalDistância total
2aSIT1015''
(cerca de 100 mts)
passivo 15''5'1 Km
4aHIIT2030''
(cerca de 150 mts)
ativo 30''
(cerca de 50 mts)
20'4 Km
6aSIT1015''
(cerca de 100 mts)
passivo 15''5'1 Km


Referências

Abaixo segue a lista dos artigos científicos que fundamentaram esta análise. Desculpem pela quantidade absurda mas tentei listar os mais interessantes. Futuramente irei abordar alguns deles novamente, analisando em mais detalhes seus resultados. Seguem os artigos científicos:





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