SMITH MACHINE: CONHEÇA OS MALEFÍCIOS QUE ESTE APARELHO PODERÁ LHE TRAZER ? PARTE 1
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SMITH MACHINE: CONHEÇA OS MALEFÍCIOS QUE ESTE APARELHO PODERÁ LHE TRAZER ? PARTE 1


Fala rapaziada!

Hoje daremos início a uma série bem curtinha que tem como objetivo discutir e expor todos os malefícios que o uso da Smith machine pode nos trazer. Como se trata de um aparelho presente em praticamente todas as academias, julgo de extrema importância abrir os olhos da marombada que treina por aí.


1. HISTÓRICO

Tentarei expor o tema de forma neutra, para que o leitor faça seu próprio juízo de valores, combinado?

Esta merda deste aparelho chamado Smith machine (e lá se foi a neutralidade! Mal durou um parágrafo!) foi desenvolvida nos anos 50 por um cara chamado Jack LaLanne, um guru fitness da época.

A ideia era a de criar um mecanismo de barra fixa que corresse na vertical, através de dois tubos paralelos, e que pudesse ser prendido em níveis variados, por dois ganchos, dando estabilidade e segurança aos atletas, além, é claro, de permitir um treino sem um parceiro de treino.

Ao longo dos anos, novas formas de Smith foram surgindo, para tentar sanar alguns problemas que seu uso pode trazer, mas mantendo a essência de sempre: uma barra guiada.

Passemos, agora, a discutir os principais malefícios que a Smith machine pode nos trazer e porque eu gostaria que você nem chegasse perto dela.


2. OS MALEFÍCIOS DA SMITH MACHINE


A) PLANO FIXO DE MOVIMENTO

Observem a foto que mostrei anteriormente e releiam a descrição do aparelho:

?...barra fixa, que corresse na vertical, através de dois tubos paralelos...?

Bom, como ficou claro, você não irá fazer o que quiser com esta barra, haja vista que ela não é capaz de fazer movimentos em ?arco? ou na horizontal: ela apenas sobe ou desce.

Talvez você esteja se perguntando: qual o problema disto? Vários, meu amigo!

Para começar, tomemos como exemplo o supino reto na Smith: você irá montar o aparelho com pesos e ajeitar o banco, posto isto, irá subir e descer o peso, obedecendo a trajetória que o próprio aparelho lhe impõem.

Isso significa que apenas algumas articulações, tendões e ligamentos participarão da brincadeira, ou seja, só aqueles que a barra guiada permite que atuem. O maior problema aqui é que alguma parte do movimento não será natural, porém, para a máquina isso não importa, uma vez que ela quer uma execução vertical.

Resultado: alguém irá desempenhar um papel que não é seu, ou seja, vai dar merda! Em outras palavras, você estará aumentando as chances de se lesionar e deixo claro desde já que isso não é difícil de acontecer! São as famosas fisgadas de ?coluna?, cotovelo, punho e, os mais famosos, ombros e joelhos que sentimos nesse tipo de aparelho...

O fato de a barra ser guiada e, teoricamente mais segura, encoraja muitas pessoas a pegarem mais peso. Sendo assim, se submetermos, por exemplo, uma articulação meio frágil a um stress crônico ou pontual e avassalador, ela não irá aguentar, haja vista que não foi ?projetada? para isto.

Além disso, reparem numa coisa: se a barra apenas sobe e desce, treinando sempre as mesmas fibras musculares, mesmos tendões, ligamentos e articulações, como ficará o resto do pessoal? Não ficará, não é verdade? Não serão treinados... fato que também aumentará o risco de lesões em outras atividades do dia a dia, haja vista que uma corrente só é forte, se TODOS os elos dela o forem, não apenas alguns...


B) MENOR DESGASTE MUSCULAR E PERDA DE FORÇA

Observação: recomendo a leitura deste texto (clique aqui), sobre tipos de músculos, ante de prosseguir.

Como a barra segue uma trajetória guiada e estável, você não necessitará equilibrá-la. Sendo assim, alguns músculos que são utilizados como auxiliares (dependendo da classificação utilizada, podemos citar, músculos neutralizadores, estabilizadores, fixadores ou sinergistas) nos exercícios livres, não serão recrutados na Smith.

O mesmo vale para determinadas porções de um músculo, conforme discutimos no item anterior, dado que treinamos em apenas um plano.

O resultado, no longo prazo, será um menor desenvolvimento corporal e uma abertura para lesões (o papo da corrente e dos elos). Além disso, tenha em mente que ao substituir a smith por pesos livres, você sofrerá um decréscimo em força, haja vista que não terá mais aquela ajudazinha da máquina e suas porções não treinadas irão lhe fazer retroceder.

O mesmo vale para o caminho inverso: se você treina com pesos livre e passa a usar apenas a Smith, você irá parar de desenvolver alguns músculos e, ao retornar ao trabalho livre, estará pegando menos peso do que antes.

Para ilustrar o problema, separei um estudo para vocês: Schwanbeck et al.: ?A comparison of free weight squat to Smith machine squat using electromyography. J Strength Cond Res, 2009 (Fonte).

Neste trabalhou, avaliou-se um grupo de 6 pessoas no agachamento. Realizou-se 1 set de 8 reps, em peso máximo (8RM) no agachamento livre e na Smith, com três dias de diferença.

O resultado foi um recrutamento muito superior, na forma livre, do gastrocnêmio, bíceps femoral e vasto medial (músculos presentes, respectivamente, na panturrilha, posterior de coxa e na frente da coxa).

Uma avaliação final apontou um desgaste muscular 43% maior no agachamento livre com barra do que na versão da Smith machine. E agora? Vai continuar perdendo tempo nesse aparelho depois dessa?

Acredito que o desejo de todos seja desenvolver o corpo da forma mais rápida, em menor tempo e com menos ?desgaste?. Se você puder fazer um estrago muito maior, treinando livremente, não perca a oportunidade...


Ficamos por aqui. No próximo artigo, continuarei este capítulo comparando o supino reto livre com o supino na Smith e trarei novas discussões sobre os malefícios desta porra desta fucking machine. Até lá!


FERNANDO PAIOTTI
Consultor e Assessor em musculação.


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